sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Flora da FazendaIpanema (ICMbio)

A Fazenda Ipanema, em Iperó, foi a pioneira na siderurgia do Brasil. Suas jazidas de ferro foram encontradas há 421 anos. Situada na Floresta Nacional de Ipanema, o maior ecossistema de Mata Atlântica existente hoje no país, Ipanema foi o ponto de partida na origem origem de algumas cidades da região de Sorocaba.

O Morro Araçoiaba
O Morro Araçoiaba (ou Biraçoiaba, na forma da escrita antiga) é comumente chamado "Morro de Ipanema", mesmo nome do rio cujas “águas ruins” eram utilizadas na indústria do ferro. Os indígenas e, posteriormente, os bandeirantes, notaram que o sol se punha atrás daquela montanha. Hoje é fácil de se perceber isso, quando passamos pela estrada Iperó-Sorocaba num fim de tarde, por exemplo. Foi assim que adotaram o nome Araçoiaba, significando “coberta do dia”, “esconderijo do sol”. Destacando-se no horizonte, na verdade aquela região é uma cadeia de montanhas formada pelo Morro Araçoiaba (Morro de Ipanema) à direita, a Chapadinha à esquerda e, entre os dois, o morro do Meio. Alguns escritores também se referem a esse conjunto de montanhas como sendo a "Serra de Araçoiaba". Vale lembrar que, oficialmente, Araçoiaba é o nome de um bairro próximo e também do município vizinho, Araçoiaba da Serra.

Peabiru
Existiu uma extensa rede trilhas, chamada “Peabiru”, que passava pela região do morro de Ipanema. Era uma ligação pré-colonial do Atlântico e do planalto com o Guairá, o Paraguai e os Andes (de Cuzco - no Peru - até São Vicente). Nos extremos e em vários trechos dessa estrada, moravam tribos guaranis. Descendo de São Paulo pelo vale do Tietê e os campos do sul, a “Peabiru” se dividia em dois ramos: um à direita, para o Paraguai (atravessando o rio Paranapanema), e outro à esquerda, para o Rio Grande do Sul. Os guaranis frequentaram esse caminho, utilizando as montanhas como pontos de referência. Descendo a serra de São Francisco, quase à beira do Tietê, avistavam o morro de Ipanema à direita. Adiante, avistavam a serra de Angatuba e os morros de Guareí e Bofete. Mais à frente, a serra de Botucatu. À esquerda, atravessando o Paranapanema, entravam nas florestas onde mais tarde os jesuítas fundaram as “reduções do Guairá”. Passando pelas Sete Quedas (hoje cobertas pelo lago da Usina de Itaipu), chegava-se ao Paraguai. Ainda no século 16, houve vários viajantes europeus através desses caminhos. É conhecida a história de Ulrico Schmidel, que veio do Paraguai a São Vicente, passando por Santo André (a vila de João Ramalho), em 1552. Também por esse caminho, é possível que o padre Manoel da Nóbrega tenha chegado à aldeia Maniçoba, na região onde hoje é a cidade de Itu.

Afonso Sardinha
Afonso Sardinha chegou a Ipanema por volta de 1589. Ele e o filho, também Afonso Sardinha, vinham do Jaraguá procurando ouro. Para se ter uma ideia da dificuldade em se chegar a Ipanema naquela época, João Pandiá Calógeras escreveu, em 1908, sobre as minas de São Paulo: “na serra Ibirasojaba, distante oito dias da vila de Sorocaba e doze da vila de São Paulo, a jornadas moderadas”. Os Sardinha acreditavam que encontrariam jazidas de ouro naquela região e provavelmente sabiam da passagem de Luís Martins próximo dali, na atual Bacaetava, por volta de 1562. Mas, em vez de encontrar ouro, eles descobriram, literalmente, uma montanha de ferro. Encontraram jazidas de magnetita e óxido de ferro no vale do rio das Furnas e, contentando-se com o “gato”, visto não terem apanhado a “lebre”, construíram dois fornos do tipo catalão onde o ferro não chegava ao estado líquido, mas podia ser trabalhado. Como essa indústria estava em idade primitiva e os resultados não foram satisfatórios, os trabalhos foram abandonados.
Pouco tempo depois, em 1591, Dom Francisco de Sousa (chamado de “Dom Francisco das minas”) começava a governar a partir da Bahia. Ao saber dos achados dos Sardinha, em 1598 partiu em direção a São Paulo e, daí, para a região de Ipanema. Junto, trouxe os mineiros Jaques de Unhalte e Geraldo Betim, além de Baccio de Filicaia, Cornélio de Arzão, soldados e o povo. Dom Francisco de Sousa levantou um pelourinho ainda em 1599, chamando o local de Nossa Senhora de Monte Serrate. O governador, não encontrando ouro e prata, teria fundado, então, um engenho de ferro. Mas o local durou pouco. Se existiu alguma produção de ferro, não enriqueceu a ninguém.
Os povoadores dividiram-se, tendo voltado a maior parte para São Paulo. Poucos ficaram junto ao engenho e outros se aglomeraram no Itapebuçu (pedra chata grande), posteriormente Itavuvu, à beira do rio Sorocaba. Um desses povoados (o Ipanema ou o Itavuvu), ou ambos, se chamaram São Filipe, fundado entre 1600 e 1611. O governador mudou o local e o teria chamado de São Filipe em alusão ao rei espanhol Felipe II. Devido ao sossego desses primeiros povoados e a dificuldade em progredir, habitantes do Ipanema, do Itavuvu e de outros pontos, transferiram-se para a região onde se formava um novo núcleo - o de Baltazar Fernades - que deu origem a Sorocaba.
Ainda por volta de 1660, teriam encontrado novamente as jazidas de ferro de Ipanema, que estavam abandonadas e esquecidas. A descoberta teria chegado ao ouvidor da comarca de Itanhaém (que abrangia a região das minas de Ipanema), que veio pessoalmente verificar a existência das jazidas. Assim, considerando-as importantes, publicou alvará proibindo, sob pena de morte, que alguém se estabelecesse naquelas terras. Mandou levantar um pelourinho novamente. E também nessa segunda fase, não houve desenvolvimento e o local ficou abandonado.

Natureza em Ipanema
Quando falamos sobre a riqueza, a Real Fábrica de Ferro de São João do Ipanema foi um verdadeiro “eldorado”, ainda que tenha enfrentado problemas em algumas das suas administrações. A natureza colocou em Ipanema, segundo pesquisas realizadas desde o século 19, o minério mais rico do mundo, com aproximadamente 72% de ferro.
Frederico Guilherme de Varnhagen, que foi diretor da fábrica entre 1815 e 1821, ao referir-se às montanhas que a fábrica explorava, disse: “Este grupo de montanhas tem cerca de 3 léguas de comprimento e proporcionada largura. O trecho do morro é de granito e, de norte a sul, no sentido longitudinal, é cortado por três grossos veios de ferro. O mineral solto à superfície do morro é tão rico, que dele se poderia, por mais de cem anos, alimentar a maior fábrica do mundo sem recorrer a trabalho algum de mineração”.
O ferro de Ipanema, confrontado com o dos Estados Unidos, inclusive levaria vantagem. Numa Exposição Industrial realizada no Rio de Janeiro, em 1881, foram expostas rodas de vagões da Estrada de Ferro Dom Pedro II, construídas com ferros das duas origens. Ficou provada, naquele evento, a superioridade das rodas de ferro fundido resfriadas na fábrica de Ipanema.

Ipanema em 1882 – descrita por Ezequiel Freire
“Vista da estação, a fábrica apresenta o aspecto de uma vila administrada por uma boa Câmara Municipal, pois há ordem nos armamentos e bela arborização nas praças. As casas de moradia dos empregados, de construção uniforme, alvejam na encosta da montanha, tendo por fundo da paisagem as verdes matas do Araçoiaba. O rio Ipanema, represado, dilata-se em grande lago de margens sinuosas, com manchas aqui e ali, à superfície d'água. A um lado, o casario das oficinas, de fundição, de refino, de máquinas; a vasta galeria avarandada onde residem os operários. Tudo respira um ar de tranquilidade, de ordem e de paz, parecendo mais uma estação termal desabitada, do que um estabelecimento do governo. Durante as horas de trabalho, ninguém se vê desocupado, cruzando as ruas, “sem ter o que fazer”. A atividade está toda concentrada nas oficinas, junto dos fornos, das forjas, das máquinas de trabalhar o ferro. A hora de começar ou largar o trabalho é marcada pelo apito de um vapor que move o martelo de bater o ferro. Tem-se na fábrica todos os recursos de uma cidade: hotel, padaria, açougue, hospital, médico, farmácia, banda de música de operários”.

A Real Fábrica de Ferro de São João de Ipanema
O maior esforço a fim de se implantar uma siderúrgica em Ipanema foi após a vinda da Família Real para o Brasil. Ainda em 1808, o Conde de Linhares, ministro de Dom João VI, com o objetivo de libertar o país da dependência perante a indústria estrangeira, mandou fundar duas fábricas de ferro: uma em Minas Gerais e outra em Ipanema. Frederico Guilherme de Varnhagen (que servia o exército português) foi trazido da Europa e o conselheiro Martim Francisco ficou encarregado de demarcar a área florestal para os trabalhos de mineração e fazer outros estudos relacionados à instalação e operação da fábrica de ferro. Nascia a Real Fábrica de Ferro de São João de Ipanema, atestado do pioneirismo da siderurgia no Brasil e na América Latina.
Carl Gustav Hedberg, técnico sueco, foi contratado para dirigir a fábrica e trouxe uma colônia de operários. Assim, construiu as forjas suecas para o tratamento do ferro, mas era um sistema precário que só preparava o metal para a fabricação de pequenos instrumentos de lavoura. Para a fundição de peças que exigissem grande resistência esse sistema não funcionava. Hedberg ocupou o cargo entre 1810 e 1814, gastou mais de 8 mil contos de réis e produziu apenas 14,7 toneladas de ferro, enquanto a fábrica havia sido projetada para produzir 588 toneladas. Ele foi também o responsável pela construção da represa no rio Ipanema, primeiro rio brasileiro a ser represado. Mas, devido a problemas em sua administração e à pouca produção, Hedberg foi demitido e Varnhagen foi nomeado diretor. Foi Varnhagen quem construiu os alto-fornos, através dos quais fundiu três cruzes, em 1 de Novembro de 1818, para comprovar o êxito da manipulação do ferro. Uma está na sede da Fazenda Ipanema, outra no morro de Ipanema (ou Serra de Araçoiaba) e a última, no Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, em Sorocaba. O historiador Francisco Adolfo de Varnhagen (Visconde de Porto Seguro), considerado um dos maiores historiadores brasileiros, era filho de Frederico Guilherme de Varnhagen, nasceu em Ipanema e passou à posteridade como o “Pai da História do Brasil”.
Para recompensar esses serviços, Dom João VI elevou Varnhagen ao posto de coronel. Em 1821, devido a desentendimentos de ordem ideológica, Varnhagen pediu demissão, utilizando-se do pretexto de ter necessidade de voltar à Europa para educar seus filhos. O Conselho Administrativo pediu a Varnhagen para que indicasse um oficial que pudesse substitui-lo. Varnhagen indicou dois nomes, que não foram aceitos pelo Conselho. Voltando para a Europa, Varnhagen levou o filho em sua companhia. A fábrica iniciou um processo de decadência, até que em 1834, o brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, presidente da então Província de São Paulo, nomeia o major João Blóem como diretor da fábrica.
Blóem trouxe da Europa uma colônia alemã que prestou serviços e deu grande impulso à fabricação de ferro em Ipanema. Ocorre que em 1842, quando parecia começar uma nova era de prosperidade, uma crise política veio de novo paralisar a fábrica de ferro. Com o início da Revolução Liberal de Sorocaba, em maio de 1842, Blóem apoia os rebeldes chefiados pelo brigadeiro Tobias e não impede a retirada de três canhões que haviam sido fundidos na fábrica. Os canhões foram levados a Sorocaba pelos envolvidos na revolução e dois deles se encontram até hoje na praça Arthur Fajardo ou “Praça do Canhão”, local onde foram posicionados originalmente. Dessa forma, Blóem é preso por ordem do Duque de Caxias e destituído do cargo de diretor. A fábrica cai em abandono novamente.
O capitão Antônio Ribeiro de Escobar é nomeado diretor interino e, a 2 de novembro de 1842, é nomeado o tenente-coronel Antônio Manuel de Melo de forma efetiva, que não consegue impedir a decadência do local, ficando durante três anos no cargo. Os 20 anos seguintes, entre 1845 e 1865, foram de declinio ainda maior. Cinco diretores passaram por Ipanema nesse período. O Barão de Itapicuru, o major Joaquim José de Oliveira, o general Ricardo José Gomes Jardim, o major Francisco Antônio Raposo e o tenente Francisco Antônio Dias.
Para complicar a situação, em 1860 a fábrica foi dissolvida e o governo ordenou que se fundasse outra fábrica de ferro no Mato Grosso. Para lá foram enviados os técnicos, os oficiais e os escravos, ficando em Ipanema apenas alguns funcionários mais velhos. Não era conhecida a existência de minério de qualidade no Mato Grosso. Tanto que, após cinco anos de pesquisas sem sucesso, não houve descoberta e nem fundação da outra fábrica. Parte dos equipamentos que seriam transportados de Ipanema ao Mato Grosso ficaram no caminho e, por fim, muitos enferrujaram-se sobre a praia da cidade de Santos, perto da alfândega.
Veio a guerra do Paraguai, em 1865, e o plano da mudança foi abandonado de vez, devido à necessidade que havia de pôr o maquinário para funcionar com urgência, com o objetivo de produzir material bélico. Essa foi a época em que Ipanema mais produziu ferro. O capitão de engenheiros Joaquim de Sousa Mursa, posteriormente promovido a coronel, foi nomeado para o cargo de diretor em 6 de setembro de 1865. Aos poucos, ele conseguiu recompor o estabelecimento, onde permaneceu até 1890. Para ilustrar o prestígio que a fábrica conseguiu durante a administração de Mursa, basta citar que a primeira locomotiva da Estrada de Ferro Sorocabana, quando inaugurada em 10 de julho de 1875, recebeu o nome de “Ipanema”.
Em 1895, já sob o governo republicano, as atividades siderúrgicas foram encerradas, a propriedade foi transferida para o Ministério da Guerra e posteriormente para o Ministério da Agricultura. Da fase siderúrgica de Ipanema, restam hoje alguns monumentos restaurados, como a Fábrica de Armas Brancas, o casarão, o portão homenageando a maioridade Dom Pedro II, as primeiras cruzes fundidas em 1818 e o monumento a Varnhagen. Mas há também alguns prédios em ruínas que ainda precisam ser restaurados e conservados. Atualmente, os 5.069,73 hectares da Fazenda Ipanema são administrados pelo Ibama, órgão do Ministério do Meio Ambiente.

Paróquia de São João do Ipanema
Com o retorno das atividades da Real Fábrica de Ferro, em 1817 foi criada a paróquia de São João do Ipanema, tendo o padre Gaspar Antonio Malheiros como seu primeiro pároco. Varnhagen se posiciona contra a criação da paróquia. Ele era de origem protestante e, além disso, alegava que em Ipanema só deviam residir os empregados do estabelecimento e que os mesmos já tinham sua capela. Assim, ele dificulta a entrada de novos moradores, proibindo o corte de madeiras para construção, a derrubada de matas para lenha ou lavoura e todo gênero de negócio.
Os habitantes não tinham outra medida a tomar, a não ser escolher um novo local para se estabelecer. Grande parte dirigiu-se para a região de Tatuí, cuja capela foi elevada, em 1818, à categoria de paróquia, tendo como padroeiro São João do Benfica. Invadindo terras alheias, os sertanejos foram se acomodando. Mas não demorou e alguns tiveram a ideia de mudar a povoação para uma região a uma légua de distância do Benfica, onde levantaram outra capela. Foi esse o núcleo do qual se originou a atual cidade de Tatuí, cuja fundação é comemorada a 11 de agosto, pois foi a 11 de agosto de 1826 que a Câmara de Itapetininga fez a medição e demarcação dos terrenos que pertenceriam ao novo município. Outros moradores preferiram ir para o bairro de Campo Largo, onde foi criada, também em 1826, a freguesia de Nossa Senhora das Dores. Essa povoação constituiu o município de Campo Largo de Sorocaba, atualmente Araçoiaba da Serra.
Com a saída desses moradores de Ipanema, houve falta de gente para a fábrica. Os alimentos subiram de preço e o carvão ficou escasso. Durante algum tempo, Varnhagen ficou somente com escravos na oficina.

Curiosidades
- Praia de Ipanema
Nome dado pelos índios, Ipanema significa “água ruim, suja, imprópria para o mergulho e a pesca”. Nossa Ipanema não é única: há outras em outros Estados, batizadas pelos índios com o mesmo propósito. Mas a Ipanema carioca (a famosa praia), da qual falarei a seguir, ganhou esse nome não por causa da sujeira das águas, mas sim, por causa da nossa Ipanema. E muita gente não sabe disso.
O fato é que José Antônio Moreira Filho (1830-1899), o segundo Barão de Ipanema, comprou as terras onde hoje está localizado o bairro carioca, no fim do século 19, e fundou, em 1894, a Vila Ipanema. Seu pai, José Antônio Moreira, o primeiro Barão de Ipanema, era um minerador que, ao receber o título de barão em 1847, decidiu homenagear seu local de nascimento, a vila de São João de Ipanema, hoje pertencente a Iperó.
Moreira Filho apenas transferiu o título de nobreza de sua família para as terras que acabara de comprar, banhadas por água limpa, cristalina, transparente e piscosa, com areia bastante branca e habitada por milhões de famílias de tatuís. A Ipanema carioca acabou recebendo artificialmente esse nome, pois água ruim e sem peixes era apenas a do rio que passava pela nossa Ipanema.
- Cemitério protestante
Logo no início das atividades da Real Fábrica de Ferro, em Ipanema, muitos europeus (suecos e alemães), todos protestantes, vieram trabalhar no local. Segundo consta, um desses funcionários teria entrado em depressão ao sentir saudades da terra natal e, por causa disso, acabou se suicidando. Os padres não autorizaram o enterro do homem em cemitério católico e, então, foi pedida uma permissão a Dom João VI para que se construísse um cemitério onde as pessoas de origem protestante pudessem ser enterradas. Com a permissão, Ipanema construiu, em 1811, aquele que é considerado o primeiro cemitério protestante do Brasil.
- Avião "Ipanema"
No fim da década de 60, começou a tomar forma um projeto para a construção de um avião que auxiliaria na atividade agrícola. O modelo foi batizado com o nome “Ipanema” pelo fato de que, dentro da fazenda, eram ministrados cursos para formação de mão-de-obra especializada em aviação agrícola. Após a criação da Embraer (1969), o projeto foi aperfeiçoado e, em 1972, a primeira unidade do Ipanema saiu da linha de produção. Nos anos seguintes, o modelo foi modificado, recebendo equipamentos e características técnicas que melhoraram o seu desempenho. O modelo “atualizado” foi identificado pela Embraer como EMB-201A.     
- Filme “Antonio Conselheiro – Canudos”
Em 1976, já em fase final de filmagens, o diretor do filme “Antonio Conselheiro – Canudos” utilizou a Fazenda Ipanema como o cenário na sequência da destruição de Canudos. A produção era um misto de documentário e ficção, dirigida por Carlos Augusto de Oliveira. Era o ator Flávio Portho quem interpretava Antonio Conselheiro. Mesmo quem passava de trem no trecho de Ipanema conseguia ver as filmagens das últimas batalhas da guerra de Canudos.  

Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, cujo nome se deve à nossa Fazenda Ipanema
(Arquivo Céfas de Sá Lira)

Cemitério protestante de Ipanema. Construído em 1811, é considerado o primeiro do gênero no Brasil
(Arquivo Carlos Cardoso)
 
Avião batizado com o nome “Ipanema”, pelo fato de que na fazenda eram ministrados
cursos para formação de mão-de-obra especializada em aviação agrícola
(Arquivo Revista Voar)
 
Cena de “Antonio Conselheiro – Canudos” filmada na Fazenda Ipanema em 1976
(Arquivo Revista Veja)
 
Monumento no início da estrada de acesso à Fazenda Ipanema
(Victor Moraga Ramos)
 
Estrada de acesso à Fazenda Ipanema
(José Roberto Moraga Ramos)

Estrada de acesso à Fazenda Ipanema
(José Roberto Moraga Ramos)

A linha vermelha mostra o possível traçado da "Peabiru"
O ponto azul é a sede da Fazenda Ipanema e o vermelho é o Morro Araçoiaba
 
Trecho da "Peabiru" encontrado no sul do Brasil
(Arquivo Paulo Farina)
 
Carta topográfica de 1812
(História da siderurgia de São Paulo - Jesuíno Felicíssimo Júnior)
 
Tenente-coronel Frederico Luís Guilherme Varnhagen,
Diretor da Fábrica de Ipanema entre 1815 e 1821
(História da siderurgia de São Paulo - Jesuíno Felicíssimo Júnior)
 
Coronel Joaquim de Souza Mursa,
Diretor da Fábrica de Ipanema entre 1865 e 1890
(História da siderurgia de São Paulo - Jesuíno Felicíssimo Júnior)
 
Aspecto da fábrica em funcionamento - 1882
(História da siderurgia de São Paulo - Jesuíno Felicíssimo Júnior)
 
Aspecto da fábrica em funcionamento - 1884
(Júlio Durski - Coleção Princesa Isabel)
 
Antiga escola dentro da Fazenda Ipanema - 1884
(Júlio Durski - Coleção Princesa Isabel)
 
Vista da represa e prédios históricos. Em primeiro plano, o personagem ajuda a acentuar a amplitude da paisagem - 1884
(Júlio Durski - Coleção Princesa Isabel)
 
Vista da represa e prédios históricos - 1884
(Júlio Durski - Coleção Princesa Isabel)
 
Vista da represa e prédios históricos - 1884
(Júlio Durski - Coleção Princesa Isabel)
 
Vista da represa - 1884
(Júlio Durski - Coleção Princesa Isabel)
 
Vista da cachoeira que fica ao lado da Fábrica de Armas Brancas - 1884
(Júlio Durski - Coleção Princesa Isabel)
 
Ponte sobre o rio Ipanema - 1884
(Júlio Durski - Coleção Princesa Isabel)
 
Vista do alto-forno construído durante a administração de Coronel Mursa - 1884
(Júlio Durski - Coleção Princesa Isabel)
 
Pequena ferrovia no interior da Fazenda Ipanema - 1884
(Júlio Durski - Coleção Princesa Isabel)
 
Grupo de funcionários da Fazenda Ipanema - 1884
(Júlio Durski - Coleção Princesa Isabel)
 
Fazenda Ipanema - 1884
(Júlio Durski - Coleção Princesa Isabel)
 
Fazenda Ipanema - 1884
(Júlio Durski - Coleção Princesa Isabel)
 
Visita à Real Fábrica de Ferro em 1905
(Edmundo Krug - Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo)
 
Visita à Real Fábrica de Ferro em 1905
(Edmundo Krug - Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo)
 
Visita à Real Fábrica de Ferro em 1905
(Edmundo Krug - Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo)
 
Visita à Real Fábrica de Ferro em 1905
(Edmundo Krug - Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo)
 
Alto-fornos construídos em 1818 e bastante utilizados na Real Fábrica de Ferro - 1949
(Luiz Simonetti - Arquivo Daniel Gentili)

Fornos para fabricação de carvão, construídos em 1912, utilizados na Real Fábrica de Ferro - 1949
(Luiz Simonetti - Arquivo Daniel Gentili)

Fornos para fabricação de carvão, construídos em 1912, utilizados na Real Fábrica de Ferro - década de 1950
(Tibor Jablonsky - Cópia Daniel Gentili)

Fornos para fabricação de carvão, construídos em 1912, utilizados na Real Fábrica de Ferro - década de 1950
(Tibor Jablonsky - Cópia Daniel Gentili)

Locomotivas abandonadas próximo à sede da Fazenda Ipanema- 1975
(Arquivo Mário Bock)

Vista aérea da Fazenda Ipanema - 21 de maio de 1940
Arquivo: "Coleção de Aerofotos oblíquas"
Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo
Coordenadoria de Planejamento e Avaliação
Instituto Geográfico e Cartográfico

Vista aérea da Fazenda Ipanema - 1979
(Jornal Cruzeiro do Sul)

Francisco Adolfo de Varnhagen, o Visconde de Porto Seguro.
Considerado o "Pai da história do Brasil", nasceu na Fazenda Ipanema em 1816
(Arquivo Biblioteca Nacional de Portugal)

Altar existente na Gruta do Monge
(Ronaldo César Messias)

Gruta do Monge
(Ronaldo César Messias)

Nascente de água na Gruta do Monge
(Ronaldo César Messias)

Cruzeiro da Pedra Santa - próximo ao Monumento a Varnhagen
(Ronaldo César Messias)

Monumento a Varnhagen
(Ronaldo César Messias)
 
Monumento a Varnhagen, construído em local escolhido pelo próprio
historiador em sua última visita ao Brasil e à sede da Fazenda Ipanema
(Fábio Mike)

A
MEMÓRIA
DE VARNHAGEN,
VISCONDE DE PORTO SEGURO,
NASCIDO NA TERRA FECUNDA
DESCOBERTA POR COLOMBO.
INICIADO POR SEU PAI
NAS COUZAS GRANDES E ÚTEIS,
ESTREMECEO SUA PÁTRIA
E ESCREVEO-LHE A HISTÓRIA.
SUA ALMA IMMORTAL REÚNE
AQUI TODAS AS SUAS
RECORDAÇÕES
 
Visão panorâmica a partir do Monumento a Varnhagen
(Ronaldo César Messias)
 
Visão panorâmica a partir do Monumento a Varnhagen
(Sheila Moraes)
 
Visão panorâmica a partir do Monumento a Varnhagen
(Sheila Moraes)
 
Aspecto do conjunto arquitetônico de Ipanema
(Ariane Dellai)

Alto-fornos construídos em 1818 durante a administração de Frederico Varnhagen
(Victor Moraga)

Alto-forno finalizado em 1885, durante a administração de Coronel Mursa, que nunca chegou a funcionar - década de 1950
Ao fundo, os alto-fornos construídos em 1818 durante a administração de Frederico Varnhagen
(Tibor Jablonsky - Cópia Daniel Gentili)

Alto-forno finalizado em 1885, durante a administração de Coronel Mursa, que nunca chegou a funcionar
(Victor Moraga)

O rio Ipanema foi o primeiro rio brasileiro a ser represado
(Victor Moraga)

Represa construída por Hedberg e o morro de Ipanema ao fundo
(Ariane Dellai)

Represa construída por Hedberg e o morro de Ipanema ao fundo
(Neide Weingrill)

Represa construída por Hedberg e parte da Fábrica de Ferro ao fundo
(Neide Weingrill)

Represa construída por Hedberg e parte da Fábrica de Ferro ao fundo
(Ronaldo César Messias)

Moradores ao lado da represa e o Morro Araçoiaba (Morro de Ipanema) ao fundo - 1949
(Luiz Simonetti - Arquivo Daniel Gentili)

Moradores ao lado da represa e o Morro Araçoiaba (Morro de Ipanema) ao fundo - 1949
(Luiz Simonetti - Arquivo Daniel Gentili)

Moradores ao lado da represa - 1949
(Luiz Simonetti - Arquivo Daniel Gentili)

Moradores ao lado da represa - 1949
(Luiz Simonetti - Arquivo Daniel Gentili)

Aspecto da vegetação de cerrado na região da Fazenda Ipanema - década de 1950
(Tibor Jablonsky - Cópia Daniel Gentili)

Estrada de acesso à Fazenda Ipanema e o Morro Araçoiaba (Morro de Ipanema) ao fundo - década de 1950
(Tibor Jablonsky - Cópia Daniel Gentili)

Morro Araçoiaba (Morro de Ipanema) visto a partir da região de Boituva - década de 1950
(Tibor Jablonsky - Cópia Daniel Gentili)

Aspecto das casas da vila
(Ariane Dellai)

Cachoeira do rio Ipanema
(Victor Moraga)

Cachoeira do rio Ipanema
(Ariane Dellai)

Cachoeira do rio Ipanema - aspecto noturno do local
(Luís Gustavo Lopes)

Moradores ao lado da ponte - 1949
(Luiz Simonetti - Arquivo Daniel Gentili)
 
Ponte sobre o rio Ipanema
(Ariane Dellai)

Ponte sobre o rio Ipanema
(Ariane Dellai)

Ponte sobre o rio Ipanema
(Victor Moraga)

Ponte sobre o rio Ipanema
(Victor Moraga)

Ponte sobre o rio Ipanema
(Ronaldo César Messias)

Ponte sobre o rio Ipanema - aspecto noturno do local
(Luís Gustavo Lopes)

Aspecto do conjunto arquitetônico de Ipanema - década de 1950
(Tibor Jablonsky - Cópia Daniel Gentili)

Vista aérea da Fazenda Ipanema - Fábrica de Armas Brancas parcialmente destruída (9 de julho de 1939)
Arquivo: "Coleção de Aerofotos oblíquas"
Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo
Coordenadoria de Planejamento e Avaliação
Instituto Geográfico e Cartográfico

Fábrica de Armas Brancas, supostamente construída em 1870
Destruição parcial - 1949
(Luiz Simonetti - Arquivo Daniel Gentili)

Fábrica de Armas Brancas, supostamente construída em 1870
Destruição parcial - década de 1950
(Tibor Jablonsky - Cópia Daniel Gentili)

Aspecto da Fábrica de Armas Brancas durante período de restauração - 1969
(História da siderurgia de São Paulo - Jesuíno Felicíssimo Júnior)

Interior da Fábrica de Armas Brancas durante período de restauração - 1969
(História da siderurgia de São Paulo - Jesuíno Felicíssimo Júnior)

Fábrica de Armas Brancas após restauração
(Ariane Dellai)

Interior da Fábrica de Armas Brancas após restauração
(Ariane Dellai)

Antiga locomotiva utilizada para os trabalhos realizados na Real Fábrica de Ferro
(Ariane Dellai)

Antiga locomotiva utilizada para os trabalhos realizados na Real Fábrica de Ferro
(Tiago Amato)

Portão forjado em Ipanema, no século 19, em homenagem à maioridade do imperador Dom Pedro II
(Ariane Dellai)

Infelizmente, alguns prédios se encontram assim: ruínas se desfazendo devido à ação do tempo e à falta de ação política
(Ariane Dellai)

Ato cívico organizado pela Escola "Prof. Henory de Campos Góes",
quando ainda funcionava dentro da Fazenda Ipanema - década de 1970
(Arquivo Mariza Aparecida Rodrigues Moraga Ramos)

Desfile cívico organizado pela Escola "Prof. Henory de Campos Góes",
quando ainda funcionava dentro da Fazenda Ipanema - década de 1970
(Arquivo Mariza Aparecida Rodrigues Moraga Ramos)

Torres existentes no alto do Morro Araçoiaba
(Ronaldo César Messias)

Torres existentes no alto do Morro Araçoiaba
(Ronaldo César Messias)

Caminho de tantos pés
(Homenagem à Fazenda Ipanema - Autoria de Isabel Pakes)

Leva-me o trem da saudade à borda do céu azul,
remanseando sereno no espelho azul do lago,
na casa de minha avó, hospedeira de minhas asas,
onde de quando em quando me embalava no teu seio,
em brancas vestes levada na procissão de São João,
seguindo os passos da fé: meu pai, minha mãe, meus irmãos.

Chão verde que percorri e contemplei das alturas,
meus pés trilhando caminhos, caminho de tantos pés...
Repouso para meu olhos, meu coração e minha alma,
em leitos de água e de pedra, de relva fresca e de palha.
Velavam-me as construções de antigas formas e raras.

Histórias da tua história, relíquias da minha memória,
enluaradas no lago em tuas místicas noites,
pairadas sobre o teu morro cuja encosta venci
na juventude do tempo do tempo que já vivi.
Histórias da minha história, verde chão onde nasci.

A flora de lá é muito legal e é uma floresta de ar puro e fresco, bom para descançar.

Tem arvores e flores muito bonitas também.